O Ceará foi a primeira província do Brasil a abolir a
escravidão, em 25 de março de 1884. A data já foi resultado de um intenso
movimento abolicionista que tomou conta do estado nos anos anteriores. No
município de Redenção, foi marcante o processo de libertação dos escravos. No
dia 1º de janeiro de 1883, a Vila do Acarape, atual Redenção, emancipou seus
escravos há menos de um ano antes da província do Ceará. O povo redencionista
guarda na memória o gesto heróico de ter libertado seus 116 escravos. Assim,
Redenção é conhecida como Rosal da Liberdade.
Os primeiros abolicionistas foram José Amaral, José
Teodorico da Costa, Antônio Cruz Saldanha, Alfredo Salgado, Joaquim José de
Oliveira, José da Silva, Manoel Albano Filho, Antônio Martins Francisco Araújo,
Antônio Soares Teixeira Júnior.
Em 1880, esses abolicionistas fundaram a Sociedade
Libertadora Cearense com 225 sócios, cujo presidente provisório foi João
Cordeiro. Para divulgar seus ideais, em 1881, fundaram o Jornal O Libertador.
Em 25 de março de 1881, por exemplo, a Sociedade alforriou
35 escravos. Outra sociedade contribuiu para o movimento abolicionista.
Tratou-se do Centro Abolicionista 25 de dezembro, fundado em 19 de dezembro de
1882. Dessa maneira, em 25 de março de 1884, foi abolida a escravidão no Ceará.
Os jangadeiros cearenses também aderiram ao movimento
abolicionista e, em janeiro de 1881, fecharam o porto de Fortaleza ao embarque
de escravos. Eles eram liderados por Francisco José do Nascimento, conhecido
como Dragão do Mar ou Chico da Matilde. O revolucionário mulato de Canoa
Quebrada, foi nomeado prático da Capitania dos Portos convivendo com o drama do
tráfico negreiro, se envolve na luta pelo abolicionismo. Em vigília, localizava
alguma embarcação que entrasse no Porto do Mucuripe e conduzia sua jangada até
ela para comunicar o rompimento do tráfego negreiro no Estado. A história
registrou seu brado literário.
“Essa atitude dos nossos antepassados, a mais de cem anos,
tem repercussão hoje, pois devido ao fato histórico, Redenção é sede da
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
Grande parte de seus estudantes são de países que têm a língua portuguesa como
a oficial e principalmente da África, berço dos escravos do Brasil que, agora,
vêm para estuda e não para ter a mão de obra explorada”, enfatizou o deputado
comunista.
fonte: http://lulamorais.com.br/?action=comunicacao&sub=ler&id=244
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